Se esse corpo fosse meu 

A mostra é a primeira selecionada por edital para a sala do Projeto Potência. A exposição é um manifesto em forma de experiência visual, que aborda questões negligenciadas ou silenciadas que afetam mulheres e que recaem na sociedade contemporânea como um todo. Através de obras que giram entre fotografia, vídeo e performance, a exposição busca abrir diálogos sobre violência, assédio e o feminicídio. Os dois trabalhos apresentados propõem aos espectadores confrontarem-se com a desumanização sistemática das mulheres na sociedade contemporânea.

A artista apresenta 17 obras em fotografia, videoperformance e instalação reunindo duas abordagens. Por meio de simbolismos e metáforas visuais, os dois trabalhos propõem aos espectadores confrontarem-se com a desumanização sistemática das mulheres na sociedade contemporânea, questionando quem se beneficia dessa exploração e quem sofre as consequências. Ao denunciar violências de gênero a exposição convida os espectadores a refletirem sobre seu próprio papel na perpetuação dessa cultura

Em “À la carte” (2016), a artista questiona as normas sociais e culturais que transformam o corpo da mulher em uma mercadoria. A obra é apresentada como uma instalação, composta por uma série de foto-esculturas representando diferentes partes do corpo feminino, combinadas com elementos visuais que evocam a atmosfera de um mercado.

Dispostas em uma mesa como produtos em exibição de um banquete, apresenta as marcas invisíveis deixadas pela objetificação de corpo. Ao transferir fotografias de partes do corpo para tábuas de carne, mergulha no âmago da objetificação da mulher, revelando como o corpo feminino é frequentemente reduzido a uma mera mercadoria, um simples pedaço de carne, no contexto da cultura consumista e patriarcal.

Em “Meter a Colher” (2023), utilizando da performance e do vídeo, a artista cria uma paisagem visual que evoca a fragilidade da vida e a brutalidade do crime de feminicídio. Essa obra nos convida a encarar a realidade horrível da violência de gênero e a nos lembrar das vidas perdidas devido à misoginia e à intolerância.

a artista

Ursula Jahn (1994) é artista visual e arte-educadora. Atua com mediação cultural e na execução de oficinas artístico-pedagógicas. Atualmente é Assistente de Coordenação Educativa da14ª Bienal do Mercosul (2024).  Suas pesquisas artísticas são marcadas por um viés autobiográfico que aborda a percepção do corpo, a autoimagem, a memória ancestral e as poéticas de processos híbridos. Fotografia, performance, vídeo, material de arquivo e processos híbridos fazem parte da poética fotográfica que tem criado. Participou de diversos festivais de fotografia dentro do país, como o 15º Salão Nacional de Fotografia Pérsio Galembeck (2018), recebendo a menção honrosa, o Valongo Festival Internacional da Imagem (2018), o FestFotoPOA (2019), o 5° Pequeno Encontro da Fotografia (2019), Maré Foto Festival (2021) entre outros. Também participou da Residência Artística do 12° Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre (2019) e do Mulheres em Residência (2021), residência on-line organizada pela Galeria Ponto de Fuga/ PR.

abertura
16 de abril de 2024, 19h

visitação
Até 12 de maio de 2024, de terças a domingo, das 10h às 18h, inclusive feriados.

Prorrogada até 16 de junho de 2024 em decorrência das enchentes

local
Projeto Potência, segundo andar da Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre).

entrada franca