Pelo escuro – letra e música
O espetáculo é uma adaptação musical do livro “Pêlo Escuro – Poemas Afro-Gaúchos”, do poeta Oliveira Silveira (Rosário do Sul, 1941 – Porto Alegre, 2009), lançado em 1977, abrangendo seus poemas com temática regional.
Idealizada pelo músico e compositor porto-alegrense Vladimir Rodrigues, a adaptação musical da obra é interpretada pelo Grupo Desagravo. O show intercala a execução das canções com a leitura de textos poéticos.
As composições transitam por uma ponte passado-presente-futuro, em ritmos e gêneros musicais apropriados para cada enredo, como milonga, vanera, chamamé, samba, samba-de-roda, samba-canção, zamba, suingue, xote, chacarera, entre tantos outros que se espraiaram pelos campos e cidades e consolidaram a cultura popular local.
a obra
pelo escuro
Os textos desta obra poética traçam uma visão panorâmica da vivência e sobrevivência negra no Rio Grande do Sul. Com apelos dramáticos muito bem construídos, o poeta denuncia as injustiças e o preconceito a que seu povo foi submetido nos séculos de cativeiro e os seus reflexos nos dias atuais.
Ao mesmo tempo, exalta a presença negra, mostrando virtudes daqueles que, apesar das opressões e do apagamento da sua história, também ergueram os pilares da cultura regional. Além de tornar mais conhecida do grande público a poesia regionalista de Oliveira Silveira, este espetáculo busca, através de canções inéditas, aproximar a população negra de sua própria história, despertando-lhe o interesse e dando-lhe subsídios para o conhecimento das suas raízes em solo gaúcho.
A partir de uma leitura identificada com os sentimentos cuidadosamente colocados em cada verso pelo autor, os vinte e dois poemas do livro foram transformados em canções, refletindo a grande diversidade da cultura gaúcha, sobretudo a sua expressão afro.
o show
O Grupo Desagravo prepara o repertório deste espetáculo desde 2021. Se apresentou em diversos espaços culturais como a celebração dos “50 anos do 20 de Novembro” na Feira do Livro de Osório/RS, em 2021. No mesmo ano estreou o Sarau Desagravo, abrindo espaço para mostra de trabalhos autorais de outros artistas negros gaúchos.
Em 2022, o Desagravo esteve na programação do evento Noite dos Museus e fez a estreia do espetáculo no Teatro do Centro Cultural da Santa Casa. Em 2023, o espetáculo figurou como uma das atrações da Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Câmara Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre. Atualmente, o grupo prepara a gravação em estúdio do seu primeiro álbum com todas as canções do espetáculo.
o grupo
Vladimir Rodrigues, violonista, compositor e arranjador
Nascido e criado em Porto Alegrem, participou dos grupos musicais Caravana 3, AfroEntes e Coral do Cecune (Centro Ecumênico de Cultura Negra). É co-fundador do Sopapo Poético, sarau de poesia e música negra e desde então integra o seu coletivo gestor.
Renata Pires, cantora e arranjadora
Natural de Porto Alegre e nascida na década de 80, foi criada no mundo do samba da capital gaúcha, na comunidade do Jardim Carvalho. Desde 1999, canta suas principais referências no samba de raiz. Foi integrante do grupo Negras em Canto. Em 2019, criou o grupo Sambaiaiá, um grupo formado exclusivamente por mulheres onde é a cantora principal e, também, compositora.
Mingo Niemê, percussionista
Nascido e criado na Zona Norte de Porto Alegre, atua profissionalmente desde 2000. Fez parte do grupo instrumental do Coral do Cecune (Centro Ecumênico de Culutura Negra). Foi criador do grupo de rap União de Rimas e participou dos grupos de samba Cambatuque e Deixa Rolar e da banda de reggae Odoiá.
Beto Silva, percussão
Convidado
Conceição Vidal, backing-vocals
Convidada
repertório
Todas as letras são de Oliveira Silveira
Negro no Sul
Gaúcho Negro Mateando
O trigo
Charqueada
Um charque
Casa de negros
Sim: Querência
Negrinho
Negra na Garupa
Lanceiros Negros
Sou
Evocação de Osório
data
7 de setembro de 2024, 18h
local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – Porto Alegre). Transmissão ao vivo pelo Canal da Fundação Ecarta no Youtube
entrada franca