Conversa de Professor 2025
Escola: um espaço plural, seguro e acolhedor
Neste ano, o projeto concentrará a temática dos painéis na construção do bem-estar no ambiente escolar. A proposta surgiu a partir de relatos de professores sobre as dificuldades de enfrentar comportamentos de agressão e violência de estudantes, ocorridas nas escolas em especial, muitas vezes, como consequência do uso excessivo de celulares e redes sociais. Esse modelo facilita a disseminação de situações que levam crianças e jovens a atitudes e conhecimentos extremamente inadequados e prejudiciais ao seu desenvolvimento.
Os seis encontros contam com a participação de especialistas das respectivas áreas de conhecimento para tratar sobre a violência nas escolas, o momento em que ela aparece mais nitidamente, as características, as conexões, a identificação do problema, a mediação do professor, enfim, proporcionará novos olhares para essa situação que deve ser trabalhada para garantir a convivência fraterna, aprendizagens significativas e sentimento de valorização da vida.
A programação é voltada para professores de todos os níveis de ensino, coordenadores pedagógicos, estudantes de pedagogia, funcionários de escolas e demais interessados.
horário
19h30
local
Fundação Ecarta, em Porto Alegre (Avenida João Pessoa, 943), com transmissão ao vivo pelo Canal da Fundação Ecarta no Youtube
inscrições
Gratuitas
Formulário de Inscrição Única
Atenção! Preenchendo uma vez a ficha de inscrição acima, estará inscrito(a) para as seis atividades. O certificado será fornecido somente para quem participar presencialmente dos seis encontros.
apoio
Sinpro/RS
24 de abril – quinta-feira
Bullying – quando ele chega às escolas?
O bullying faz referência a um certo tipo de comportamento violento e que tem lugar entre estudantes. Tão ou mais antigo quanto a própria instituição escolar, faz poucas décadas que ele passou a chamar a atenção de pesquisadores. Sob uma perspectiva histórica e socioantropológica é possível compreendermos o bullying como uma manifestação de poder, hierarquia e exclusão, refletindo dinâmicas sociais mais amplas.
Nesse sentido, é necessário analisarmos esse fenômeno como um reflexo das estruturas sociais e culturais. Longe de ser um problema individual, ou apenas de matriz psicológica, trata-se de um fenômeno complexo e multifacetado, profundamente enraizado na história e na cultura humana. Ao analisá-lo, sob uma perspectiva histórica e socioantropológica, podemos compreender suas origens, suas transformações e seu impacto nas sociedades contemporâneas. Essa compreensão é essencial para desenvolvermos estratégias eficazes de prevenção, visando à construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Painelista
Leandro Basegio – Doutor e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Possui especialização em Educação pelo Centro Universitário Unilasalle e graduação em História, com licenciatura plena pela Ufrgs. É autor de livros sobre fundamentos teóricos e metodológicos das Ciências Humanas e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Como pesquisador, investiga os fenômenos da violência, criminalidade e criminogenia. É docente da rede municipal de ensino de Porto Alegre, atuando no ensino regular e na modalidade de EJA.
21 de maio – quarta-feira
Novos olhares e práticas pedagógicas para promover uma escola segura
A abordagem propõe-se a ser um espaço de reflexão para educadores, com o objetivo de fomentar discussões críticas sobre o fenômeno do bullying e suas ramificações digitais. Ao contextualizar o problema no cenário atual, a proposta busca instrumentalizar profissionais da educação para reconhecer, prevenir e intervir nessas situações, visando à construção de ambientes escolares mais seguros e respeitosos.
O bullying e o cyberbullying são fenômenos multifacetados, influenciados por dinâmicas sociais e tecnológicas que transcendem a esfera individual. Mais do que simples conflitos pontuais, eles refletem modelos de relação interpessoal marcados pela violência simbólica e pela cultura digital, fatores que intensificam seu impacto na saúde mental dos jovens. Nesse contexto, a virtualidade amplifica a propagação de agressões, desafiando as fronteiras tradicionais do espaço escolar e exigindo uma compreensão sistêmica do problema.
Diante dessa realidade, a apresentação destaca o papel estratégico dos educadores como mediadores ativos. Além de identificarem sinais de alerta, os educadores podem liderar iniciativas que integrem toda a comunidade escolar – estudantes, famílias e equipe pedagógica – em ações preventivas e interventivas viando à saúde mental dos estudantes.
Painelista
Isabel Cristina Tremarin – Pedagoga, especialista em orientação educacional, currículo e prática de ensino, gestão de empresa do terceiro setor e gestão de empresas inovadoras.
É coordenadora de sistema de qualidade em gestão escolar. Coordenadora do Serviço de Orientação Educacional (SOE) no Colégio Anchieta, de Porto Alegre.
18 de junho – quarta-feira
Entre conexões e conflitos: a mediação docente no enfrentamento da violência escolar em tempos da cultura digital
O painel tem como proposta a discussão das múltiplas formas de violência que permeiam o ambiente escolar, com foco na agressão física e nas manifestações de violência na cultura digital. A partir das redes sociais, a violência se infiltra no cotidiano escolar, ampliando os conflitos e gerando novas formas de sofrimento, como a autolesão e a resistência às normas. Ao refletirmos sobre os desafios da contemporaneidade, é fundamental analisar o papel do professor diante desses conflitos, priorizando sua saúde emocional e bem-estar para garantir uma atuação eficaz. A palestra também abordará o papel do professor como mediador de conflitos, explorando estratégias e ferramentas que favorecem a criação de um ambiente escolar saudável, promovendo um clima seguro para todos, ao mesmo tempo em que apoia a saúde emocional dos docentes.
Painelista
Anderson Barcelos – Mestre e doutorando em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Especialista em Orientação Educacional e Gestão Educacional pela Universidade La Salle (Unilasalle) e pós-graduado em Neurociência aplicada ao processo de aprendizagem pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Tem bacharelado e Licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Por diversos anos, atuou na educação básica, tendo exercido à docência nos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, além da função de orientador educacional, coordenador pedagógico e diretor escolar. Atualmente, atua como Especialista de Mediação e Relacionamento na Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd) da PUCRS e professor no ensino superior.
21 de agosto – quinta-feira
O bullying e as violências no espaço escolar
Ainda que o maltrato de uma criança a outra não seja algo novo, surge a pergunta sobre o aumento nos últimos anos de cenas de agressão e violência entre pares no espaço escolar, que, por vezes, levam ao extremo do homicídio ou do suicídio. Importa também questionar a razão pela qual essa prática se situa principalmente em crianças e adolescentes entre sete e 14 anos, tempo do final da infância e da passagem da puberdade. Quais pontos daquilo que não está organizado na cena familiar se expressam fora dela, através do bullying? Quais as diferentes formas de violência colocadas em jogo na prática do bullying? Através de conceitos psicanalíticos, busca-se refletir sobre como se situam as violências associadas ao bullying no espaço escolar, em nossa época, pensadas a partir da perspectiva de um sujeito e dos tempos de sua constituição.
Painelista
Gerson Smiech Pinho – Graduado em Psicologia, mestre e doutor em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). É psicanalista, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Appoa), onde coordena seminário e grupo de estudos no quadro de ensino, e do Centro Lydia Coriat de Porto Alegre. É professor de pós-graduação nos cursos de especialização em Problemas do Desenvolvimento na Infância e Adolescência e Estimulação Precoce desenvolvidos pelo Centro Lydia Coriat de Porto Alegre em parceria com diferentes faculdades do Brasil. Tem experiência clínica e docente, principalmente nos seguintes temas: psicanálise, epistemologia genética, clínica interdisciplinar com crianças e adolescentes, educação.
23 de setembro – terça-feira
A violência revelada de forma sutil através da arte
A arte é uma linguagem expressiva e integrada que revela aspectos subjetivos vinculados ao mundo perceptivo. O educador ao explorar formas representativas através das materialidades artísticas, oportuniza espaço de contato e comunicação de campos sutis, nesse caso, a violência, vivenciados na infância e na adolescência.
Painelista
Rozi Ranzolin – Graduada em Licenciatura Belas Artes-Licenciatura/Plástica e Licenciatura em Belas Artes/ Desenho, ambos pela Universidade Feevale. Possui Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela PUCRS e Tecnologias Digitais Aplicadas à Educação pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Mestre em Educação em Formação de Professores pela PUCRS, é professora de Artes Visuais e História da Arte do Colégio Americano. Atua nas disciplinas de Organização do Trabalho Pedagógico, Práticas Educativas e Práticas e Metodologias de Ensino e Aprendizagem, Práticas Educativas, História da Educação, Processos Investigativos de Educação e TICs nas modalidades Presencial e EaD na Ulbra. Desenvolve atividades artísticas no seu Atelier RessignificAndo com Arte Expressiva e Projetos de Inclusão.
23 de outubro – quinta-feira
Conversando sobre bullying, cyberbullying e a Lei 14.811/24
Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, o Brasil é o segundo país que registra o maior número de casos de bullying e cyberbullying. A Lei 14.811/24 foi criada para frear essas condutas, disciplinando, orientando e punindo essas condutas discriminatórias. Como ela tipifica as condutas? Como os professores devem agir frente a essas condutas? A atividade visa orientar sobre a legislação aplicável, para maior segurança dos profissionais da educação no exercício de seu labor.
Painelista
Cristiaine Johann – Bacharel em Ciências jurídicas e sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), especialista em Direitos Humanos e Políticas Públicas e mestre em Educação pela mesma Universidade. Defensora Pública criou e coordena o projeto social da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Adpergs) denominado Conversando sobre Direitos, Deveres, Democracia e Cidadania. É associada fundadora da Associação Nacional Defensoras e Defensores pela Democracia. Coordena a seção do RS da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH/RS). É representante da Associação Mães e Pais pela Democracia no Conselho Estadual de Direitos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul (CEDH-RS), onde atua na Comissão temática de Educação em Direitos Humanos.