Painel trata de doação e importância dos bancos de pele

 A importância da doação de órgãos e bancos de pele para atender especialmente vítimas de queimaduras é tema de painel do projeto Cultura Doadora.  O transplante de pele pode ajudar vítimas de queimaduras e lesões graves, evitando o agravamento do quadro, além de proporcionar uma melhora estética. O enxerto possibilita que o paciente com queimadura sobreviva às primeiras semanas de tratamento, quando está sem cobertura epidérmica. A pele transplantada funciona como um curativo biológico diminuindo a dor, a perda de líquidos pela ferida e a chance de infecção.

Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), em média 20% dos pacientes queimados precisam de internação hospitalar e parte destes pode precisar de transplantes de pele para ajudar na recuperação.

Como todas as doações de órgãos e tecidos, a de pele é feita mediante autorização familiar. Porém, diferente da captação de órgãos sólidos, que só que só pode ser realizada em pacientes com morte encefálica, a doação de pele também pode ser feita em pacientes que sofrem de parada cardiorrespiratória.  É retirado apenas 1,5 milímetro de espessura e costuma ser captado  do tórax, abdômen, dorso, braços e coxas, áreas enfaixadas deixando a aparência do doador preservada. A pele doada pode ser armazenada por até dois anos.

O Brasil tem apenas quatro bancos de pele para atender todo o território nacional, todos mantidos com recursos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Organização Mundial da Saúde preconiza que cidades com mais de 500 mil habitantes tenham um banco de pele.

O transplante de pele iniciou na década de 1920 e revolucionou a medicina. O primeiro banco de pele no mundo foi criado pela Marinha Americana em 1949 e atualmente os EUA tem 60 centros.

Em 2005 foi criado o Banco de Tecidos Humanos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e até 2012 foi o único em funcionamento no Brasil, suprindo toda a demanda nacional.  Após essa data foram criados bancos de pele em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. O Banco de pele é responsável pela captação, processamento, conservação e distribuição.

O incêndio na boate Kiss em Santa Maria, em 2013, demonstrou a importância dos bancos de pele, momento em que mais de 100 pacientes, dos quais 80 muito graves, necessitaram desse tipo de atenção. Na ocasião foram necessários todos os estoques dos quatro bancos de tecidos do Brasil, além do suprimento buscado em outros países.

painelistas

Eduardo Chem, cirurgião plástico e diretor do Banco de Pele da Santa Casa de Porto Alegre

Suyan Gehlm Santos, biomédica do Banco de Pele da Santa Casa de Porto Alegre

Marcos Fuhr, presidente da Fundação Ecarta, coordenador e criador do projeto Cultura Doadora

 

data
18 de agosto de 2021, 19h

local
Transmissão ao vivo pelo canal da Fundação Ecarta no Youtube.

acesso gratuito

apoio
Coren-RS e Sinpro-RS