Acervo Compulsório
Um acervo, que não deveria ter havido, foi formado pelo esquecimento, a postergação, a inaptidão, o acaso. Divide o espaço no improviso com outros itens bem menos nobres que obras de arte: material de escritório e limpeza, o mobiliário, a caixa de ferramentas – o almoxarifado foi transformado em reserva técnica.
A arte contemporânea sempre se interessou pela precariedade que também aparece no modo como nossos aparelhos culturais operam em uma sociedade em que arte é item acessório. O que empresta contornos heróicos à iniciativa da Fundação Ecarta em manter uma galeria focada na produção contemporânea e na experimentação.
Um inventário do que sobrou, por uma razão ou outra, de dezenas de exposições realizadas pela instituição torna evidente o projeto curatorial desenvolvido nos últimos anos. Por mais aleatórios que pareçam, estes trabalhos compartilham algumas características comuns como o apelo aos sentidos e a participação, a urgência do comentário político, além da mirada crítica que se manifesta através do humor.
Acervo compulsório foi montada originalmente em Santa Maria, na Galeria de Arte da Unifra, em maio de 2017, integrando um projeto de circulação que visa levar mostras de arte a cidades do interior do Rio Grande do Sul.
curador
Leo Felipe
artistas
Alexandre Navarro Moreira, Avalanche, Chico Machado, Fabiana Faleiros, Flávia Felipe, Giancarlo, Lorenci, Giovanni Mad, KVHR, Letícia Lopes, Máfia Líquida, Manuela Eichner, Nelson Rosa, Nervo Óptico, Rafael RG, Traplev
em cartaz
De 9 de agosto até 17 de setembro de 2017, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h. Entrada franca
local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre/RS)