Bloco do Afeto
Exposição individual de Carla Barth com 25 obras, entre desenhos, pinturas, gravuras, aquarelas e murais. Um mural foi pintado no muro interno da Fundação Ecarta, num novo expaço inédito da Galeria dedicado ao muralismo.
A artista possui cerca de 20 obras em murais públicos e privados em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro além do acervo do Museu de Arte Contemporânea do RS.
Carla da Cunha Barth (Porto Alegre-RS)
Artista e ilustradora, começou suas atividades artísticas em 2005. Formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (FAMECOS-PUCRS), estudou desenho e escultura no Atelier Livre (Porto Alegre-RS) além de cursos livres de arte contemporânea com Guilherme Dable, Maria Helena Bernardes, Ana Flávia Baldisserotto, Charles Watson e Jaílton Moreira. Realizou exposições no Brasil e no exterior. Suas obras foram divulgadas em revistas de diversos países.
Se inspira na natureza e nas diversas influências do folclore, mitologia, arte naif, clássica e oriental. Seus trabalhos nos transportam para o mundo da justaposição surreal e realidades reorganizadas, exploram uma área que está, estranhamente, sempre fora de ordem.
curador
André Venzon
Mal visualizamos os trabalhos de Carla Barth (São Paulo/SP, 1975) e já ficamos maravilhados pela visão de mundo desta artista que representa em desenhos, pinturas, gravuras, aquarelas e murais uma mitologia própria, onde figuras antropomórficas se relacionam em um jogo lúdico, misturando-se como as múltiplas cores e grafismos que preenchem todos os espaços compositivos das suas paisagens fantásticas.
Influenciada pela arte naïf ou primitiva ― tendência artística caracterizada por não seguir os cânones acadêmicos ― Carla é consciente da singeleza e ingenuidade dos seus trabalhos, que tem como referências Van Dyck, Henry Rousseau, Tarsila do Amaral, entre outros. Os aspectos infantis das formas não hierarquizadas pela perspectiva, que é praticamente plana, ganham diferenciação pela escala em que se apresentam, resultando em composições geralmente centralizadas que revelam cenas ao mesmo tempo divertidas e enigmáticas.
Apesar do apelo da cor que envolve a tudo e a nós mesmos ― a artista é uma exímia colorista ― e das criaturas delicadas do seu repertório bastante inspirado na arte popular, a obra de Carla Barth é possuidora de uma força incomum, já atestada em seu currículo pelas inúmeras exposições e participações em arte pública, revistas e produtos que estampam suas criações, mas também pela sua qualidade técnica e diversidade simbólica.
Esta potência criativa poderia ser simplesmente justificada pelo ambiente em que cresceu ― dentro do atelier dos pais, em Porto Alegre, no qual a arte tornou-se algo natural em sua vida. Porém, as simbologias visuais da artista, bem como suas ações no campo da arte contemporânea, a situam no lugar daqueles que não abdicam do sonho, da ilusão, da diversão e do imaginário. Sua estética encontra tantos apreciadores porque Carla Barth nos devolve, com seu universo onírico e multicolorido, um prazer tão raro quanto distante. Talvez aquele só experimentado nos sonhos da infância.
abertura
21 de março de 2023, 19 horas
visitação
Até 23 de abril de 2023, de terças a domingo, das 10h às 18h, inclusive feriados, com entrada franca.
local
Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943, Porto Alegre).