Observar é crer; pintar é crer duas vezes

Exposição coletiva, unindo obras de Gelson Radaelli (in memoriam) e artistas relevantes no cenário gaúcho para a exposição de encerramento de ano. Nomes como Eduardo Haesbaert, Frantz,  Lilian Maus, Maria Tomaselli, Marilice Corona, Nelson Wilbert e Ubiratã Braga, com obras do acervo de Bolsa de Arte e Ocre Galeria, unem e multiplicam essa reflexão sobre a linguagem da pintura e seus desdobramentos. Uma forma de valorizar, através do sentido coletivo, o legado de um artista.

Cerca de 20 obras em pintura, suportes variados, desde pintura em tela até pintura instalativa com distintas técnicas, como acrílica, óleo, aquarela.

concepção

A exposição nasce de um encontro fortuito entre passado e presente numa reflexão sobre pintura, comunicação e literatura. Numa pesquisa pessoal que envolve o estudo de cartas e diálogos entre artistas, o curador Nicolas Beidacki encontra, em seus livros da infância, o texto “Cartas a Theo”, uma obra que reúne cartas do pintor Van Gogh com reflexões sobre arte e vida.

O livro, adquirido em uma livraria de Porto Alegre (mais de uma década atrás), ainda na juventude do curador, estava assinado por Gelson Radaelli, com anotações e grifos do pintor gaúcho. Uma espécie de mágica dos acasos. Ao buscar por questões próprias, encontrar o outro, o pensamento do outro guardado dentro de um livro. Radaelli descoberto entre a capa e a contracapa de Van Gogh. Assim, nesse pensamento de multiplicar o sentido das buscas e valorizar a sorte dos encontros, a Fundação Ecarta se soma ao projeto para receber

curador

(1995) Atuou como Conselheiro de Cultura do Rio Grande do Sul (2019-2023). Formado em Teatro-Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas, Pós Graduado em Práticas Curatoriais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Especialista em Literatura Brasileira e Mestrando em Sistema da Arte, pela UFRGS, foi Diretor de Projetos Educativo no Farol Santander, membro do Grupo de Dramaturgos de Porto Alegre, jurado convidado do Prêmio Olhares da Cena, Vencedor do Prêmio Funarte de Teatro, vencedor do Festival Internacional de Teatro dos Açores, em Portugal, assim como recebeu uma Aula Magna na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto pelo trabalho em escrita teatral. Nas artes visuais, realizou, as exposições “Milton Kurtz – In Memoriam” – “PARA VIR A SER O QUE SOU”, na Fundarte – projeto indicado ao Prêmio Açorianos 2022; “No Horizonte Profundo”, no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, projeto vencedor do Procultura Pelotas; “O Silêncio Antes da Sombra”, no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, projeto indicado em 4 categorias do Prêmio Açorianos 2023; “Paisagem Sem Volta”, indicada ao Prêmio Açorianos de Melhor Curadoria; “Quando os Gestos me Abandonam, na GenuinaObra, indicado ao Açorianos de Melhor Curadoria; e a curadoria individual de Maria Tomaselli, na Ecarta, indicado ao prêmio Açorianos como melhor exposição.

artistas

Natural de Nova Bréscia, desenvolveu sua carreira em Porto Alegre. Graduado em Comunicação Social, foi editor de arte do jornal “O Continente”. Ganhou destaque no cenário brasileiro como premiado pintor, escultor e ilustrador. Entre as dezenas de prêmios conquistados ao longo da trajetória, destaca-se o Açorianos em Pintura, com a Exposição Tormenta, na galeria Iberê Camargo. A partir dos anos 1980, realizou e participou de dezenas de exposições, incluindo o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Integrava a Casa do Desenho, em Porto Alegre, e era também conhecido por administrar o restaurante de sua propriedade, Atelier de Massas. O local, que divide espaço com galeria de arte serve massas artesanais com molhos originais criados por Radaelli. Em 2017, apresentou no MARGS a exposição “Neon”, sua última individual no Museu, com curadoria de Icleia Cattani.

Morreu em novembro de 2020 de ataque cardíaco.

(Faxinal do Soturno, RS, 1968) Coordenador do ateliê de gravura da Fundação Iberê, onde desenvolve o “Programa Artista Convidado”, desde 1999. Foi assistente de Iberê Camargo, trabalhando como gravador e impressor de suas gravuras entre 1990 e 1994. Entre as exposições individuais do artista, destacam-se: “Negro de Fumo” (Galeria Bolsa de Arte, São Paulo, 2015), “Anotações de Uma Obra Depois das Cinco” (Fundação Ecarta, Porto Alegre, 2014), “Última Cena” (Galeria Bolsa de Arte, Porto Alegre, 2011). Participou de diversas mostras coletivas, entre elas “Do Ateliê ao Cubo Branco”, no MARGS, Porto Alegre, 2011 e “O Triunfo do Contemporâneo”, no Santander Cultural, Porto Alegre, 2012. Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) e do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Recebeu os seguintes prêmios: VI Prêmio Açorianos de Artes Plásticas – Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre – Melhor Exposição Individual 2011 (Última Cena), menção honrosa no VI Salão de Pintura da Cidade de Porto Alegre (1995), Prêmio Especial do Júri pelo Conjunto da Obra no II Salão Victor Meirelles de Florianópolis (1994), Primeiro Prêmio no 16º Salão de Artes Plásticas da Associação Chico Lisboa (1993), Prêmio Secretaria da Cultura do Paraná no 49º Salão Paranaense (1992) e Prêmio Brasília de Artes Plásticas no 12º Salão Nacional de Artes Plásticas (1992).

Antônio Augusto Frantz Soares nasceu em Rio Pardo, em 1963. Desenhista, pintor e gravador, mudou-se para Porto Alegre na década de 1970. Na cidade, montou ateliê, onde lecionava pintura. Estudou com Paulo Porcello e Danúbio Gonçalves em 1981. No ano seguinte, participou do Salão do Jovem Artista, em Porto Alegre, e recebeu Menção Honrosa; ainda em 1982, realizou exposição individual no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Em 2001, durante as aulas, deixa uma lona no chão, de modo que a tinta que escorre dos quadros seus e dos alunos caia nela. Estas lonas são aproveitadas pelo artista para a exposição individual Pinturas Não Realizadas, na Galeria Bolsa de Arte em Porto Alegre. O artista se interessa por tudo que é considerado sujeira em um ateliê: pegadas, tinta derramada, manchas, borras. Seu trabalho consiste em descobrir pinturas nas sobras do fazer artístico de outros artistas. Entre agosto e setembro de 2011, o artista expôs FRANTZ: O Ateliê como Pintura, no Museu de Arte Contemporânea do RS, na galeria Xico Stockinger, com curadoria de Paula Ramos.

(Innsbruck, Áustria 1941). Pintora, desenhista, gravadora. Em sua cidade natal, estuda desenho com Heinz Kühn (1908 – 1987), e se diploma em filosofia. Muda-se para Porto Alegre e, durante dois anos, estuda pintura com Iberê Camargo (1914-1994). Inicia a formação em artes gráficas em 1971, com aulas de xilogravura com Danúbio Gonçalves (1925), no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Em 1972, vai morar em São Paulo, onde faz um curso de serigrafia com Paulo Menten (1927), frequenta a Escola Brasil e é premiada na 2ª Exposição Internacional de Gravura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Muda-se para o Rio de Janeiro em 1975, onde inicia um curso de gravura em metal no Museu de Arte Modernade do Rio de Janeiro (MAM/RJ).  Em Olinda, a partir de 1979, liga-se então à Oficina Guaianases de Gravura. Funda, em 1980, o ateliê MAM de litografia com as artistas Anico (1948) e Marta Loguércio. Nessa década recebe bolsas de estudo do Instituto Austríaco-Italiano, em Roma, e do Instituto Austríaco-Francês, em Paris.

(Porto Alegre, 1964) Artista plástica e professora de pintura do Instituto de Artes da UFRGS. Em 2009, defendeu sua tese de doutorado em Poéticas Visuais pelo PPG-AVi do mesmo Instituto. Desde o final dos anos 1980, participou de mostras coletivas nacionais e no exterior. Dedicando-se principalmente à linguagem da pintura realizou, nos últimos anos, projetos individuais específicos para espaços expositivos destacando-se as exposições Espaço de Exposição no Palácio das Artes em Belo Horizonte (2006); Méthodes et Mesures, Sala Lúcio Costa em Paris (2008) e o projeto Em Jogo, no StudioClio, em Porto Alegre (2013). Em 2008, obteve o Prêmio Açorianos em Destaque de Pintura.

(São José do Ouro, RS, 1969) Vive e trabalha em Porto Alegre. Formação: Bacharelado em Artes Plásticas, Pintura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS Individuais Recentes: 2023 “SAMPLE – Um espaço compartilhado”, Ocre Galeria/Maiojama, Porto Alegre/RS; 2021 “Imagem metamórfica”, curadoria de André Severo, Farol Santander. Porto Alegre/RS; 2020 “Interface”, Galeria Gestual, Porto Alegre/RS; 2011 “Remix”, Galeria Bolsa de Arte, Porto Alegre/RS; 2006 “Espelhos”, Sala Especial MAC, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Porto Alegre/RS.

(Porto Alegre/RS, 1976) é doutor em Poéticas Visuais pelo IA/UFRGS, instituição onde também concluiu a graduação e o mestrado em Artes Visuais. Foi um dos fundadores e co-gestor do Atelier Subterrânea, espaço independente baseado em Porto Alegre ativo entre 2006 e 2015 com um intenso programa de exposições e eventos. Vive e trabalha a partir de Porto Alegre. Sua pesquisa abarca principalmente as linguagens do desenho e da pintura, expandindo-se para investigações que flertam com a ocupação do espaço, não atendo-se somente aos suportes tradicionais das linguagens. Entre as exposições, destacam-se as individuais não um tempo, mas um lugar (2022), Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre; Fiz ele soletrar seu nome (2017), Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro; The radio was always on in the kitchen (2016), Belmacz, Londres; Um desenho enorme (2015), Espaço de Artes da UFCSPA, Porto Alegre; Deste lugar entre meio-dia e duas horas da tarde, Roberto Alban Galeria, Salvador; Latentes (2013), Sala Recife, Recife; Álibis, desvios e atos falhos, Galeria Eduardo Fernandes, São Paulo. Entre as coletivas recentes, Acervo em Movimento: aquisições 2019-2022; Haverá Consequências, Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão; (2023)

Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009) e Bacharelado em Artes Plásticas: Desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005). É Doutora em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da UFRGS (2016), onde titulou-se também como Mestre em História, Teoria e Crítica da Arte (2010). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Pintura e Desenho, atuando principalmente com os seguintes temas: paisagem; pintura, desenho e fotografia; arte e natureza. arte e conhecimento; artistas viajantes; residências artísticas. Atuou como gestora do Atelier Subterrânea (2006-2015), espaço independente em porto Alegre/RS reconhecido no circuito nacional e internacional de arte. Vem participando de residências e expondo suas obras no Brasil e no exterior desde 2005. Possui obras nos seguintes acervos: Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto/SP; Coleção Instituto Mônica e George Kornis, Rio de Janeiro/RJ; Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS; Museu do Trabalho; Pinacoteca Aldo Locatelli, Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS; MAC/RS (Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul); Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVI/RS), Universidade Federal dos Pampas (Bagé, RS).

(Porto Alegre, 1965) Desenhista, Gravador e Pintor. Ubiratã Braga é artista plástico que atua desde o final dos anos 80. Trabalha com diferentes técnicas, especialmente o desenho e a pintura. Ubiratã ganhou prestígio no Brasil por ter participado de várias exposições e conquistado três prêmios. Seu trabalho foi influenciado por Iberê Camargo e Anselm Kiefer.

abertura
5 de dezembro de 2024, 19h

visitação
até 5 de janeiro de 2025, de terça a domingo, das 10h às 18h

entrada franca