Mostra X
A exposição, com obras de Carlos Vergara, Moisés Patrício e Rafael RG, aborda uma das questões mais contundentes que a sociedade brasileira precisa enfrentar para se desenvolver de forma justa e digna: o racismo direcionado aos negros.
Em um contexto de “racismo estrutural e institucionalizado”, conforme a definição da ONU em relatório de 2014 sobre a discriminação racial no país, X apresenta-se como uma resposta à onda conservadora que toma conta do debate público nacional.
Além disso, busca estabelecer um espaço de reflexão crítica sobre o problema, tomando como eixo central para o seu combate um diálogo com as reflexões e expressões desenvolvidas pelo povo negro. Essa interlocução observa os lugares de fala dos envolvidos como forma de perceber problemas e privilégios presentes no racismo estrutural e institucionalizado.
O X é o fator indeterminado, a incógnita que precisamos solucionar para seguirmos adiante como sociedade. O X do ativista Malcolm, marcado para morrer como muito jovens negros nesse país. O X da encruzilhada, o espaço mágico da religiosidade afro.
curadores
Leo Felipe
É escritor e curador; mestre em Artes Visuais, pela UFGRS, com pesquisa que investiga o punk e a contracultura. Desde o início dos anos 1990, tem atuado na cidade de Porto Alegre nas áreas de música, jornalismo, literatura e artes visuais. É diretor artístico da Galeria de Arte da Fundação Ecarta e da web rádio Mínima FM, onde apresenta o programa Elefante. Tem dois livros de ficção publicados, AUTO (Ideas a Granel, 2004) e O Vampiro (Ideas a Granel, 2006), além do memoir A Fantástica Fábrica (Pubblicato, 2014). Participou da 9ª Bienal do Mercosul, como convidado do projeto Island Sessions, e do conselho curatorial da Casa M, projeto da 8ª Bienal. Integrou o conselho consultivo do MAC/RS (2013-2014). Há 12 anos é produtor e DJ residente da festa Pulp, que acontece mensalmente no Bar Ocidente.
Curadora independente e mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é crítica de arte do jornal O Globo e membro do conselho consultivo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Coordenadora do ciclo de conferências “A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção”, plataforma de debates da 28a Bienal Internacional de São Paulo. Fez parte da comissão curatorial do programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural (2005/ 2006). Organizou, com Adriano Pedrosa, o livro ABC – Arte Brasileira Contemporânea, publicado pela editora Cosac Naify em 2014.
artistas
Carlos Vergara
Possui uma obra extensa e consistente, que vem produzindo desde os anos 1960 e que lhe conferiu posição de destaque na arte contemporânea brasileira. Participou da 1ª Bienal do Mercosul, das 18ª e 20ª Bienais de São Paulo, da 39ª Bienal de Veneza e sua obra faz parte da coleção do Instituto Inhotim, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, entre outras importantes coleções.
É artista multimídia e arte-educador. Nasceu, em São Paulo, em 1984. Aos dez anos, inscreveu-se na oficina de pintura e grafite dos Meninos de Arte de Santo André. Durante o período da oficina, chegou a trabalhar como assistente do professor e a participar de várias exposições e eventos. Hoje, trabalha e vive como artista e educador em São Paulo. É membro-fundador do Atelier Coletivo DES (Dialéticas Sensoriais), que, desde 2006, realiza ações coletivas estéticas, produzindo exposições, instalações dialéticas sobre arte contemporânea e urbanidade nas periferias de Santo André e São Paulo.
Nasceu em Guarulhos, em 1986. Vive e trabalha na cidade. Formado em Artes Visuais pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (2010). Participou de mostras e festivais em cidades do Brasil e em outros países, como Argentina, México, Colômbia, Alemanha, Polônia, Espanha e Holanda. Recebeu, entre outros reconhecimentos, o 1º Prêmio Foco ArtRio, o Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio/ IPHAN, o Prêmio aquisição do Centro Cultural São Paulo e, recentemente, foi agraciado com a Bolsa Iberê Camargo para residência no Künstlerhaus Bremen, na Alemanha. Em sua prática artística, costuma trazer duas fontes para construção de seus trabalhos: uma documental e outra afetiva, em geral por meio do uso de documentos garimpados em arquivos institucionais ou pessoais associados a narrativas que podem envolver sua pessoa ou um alter ego. A interação entre essas territorialidades resulta em obras que quase sempre se aproximam de uma ficção, ou de uma noção tensa de ficcionalidade.
em cartaz
De 19 de setembro 2015 a 15 de novembro de 2015
local
Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943, Porto Alegre)